domingo, 25 de dezembro de 2016

Faro


Faro começou por se chamar Ossónoba até ao século X, passando a Shantamariyya al-Harun no séc. XI, até chegar ao seu nome actual.
A sua origem remonta à época pré-romana, tornando-se num importante centro urbano e comercial fenício. A ocupação romana deu-se entre os sécs. III a.C. e IV d. C. Seguiram-se as ocupações dos Álanos, Vândalos e Visigodos até ao séc. VIII.
A partir do século VIII passou a estar sob o domínio árabe, sendo no século XIII conquistada pelo rei cristão D. Afonso III.




Chegámos a Faro de comboio. Tomámos o pequeno-almoço no café "N Coisas", com fotografias antigas de Faro e onde se pode beber sumos e batidos saudáveis. Depois caminhámos ao longo da Marina e do Jardim Manuel Bívar em direcção ao centro histórico.



O percurso começava em frente ao Arco da Vila. Vários grupos de turistas passeavam naquela zona e debaixo do arco um grupo de pessoas reunia-se para começar uma visita guiada.



O guia de papel (panfleto da Câmara Municipal) diz-nos que o Arco da Vila, de estilo neoclássico, foi mandado construir pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar. O arquitecto foi o italiano Xavier Fabri. Num nicho encontra-se uma imagem em mármore de S. Tomás de Aquino.
Mais acima, junto aos pináculos, cegonhas faziam os seus ninhos.


 Assim que passámos o arco, demos logo com outra porta, uma porta árabe do séc. XI. Nesta altura, esta era uma das principais entradas para quem chegava à cidade por mar.



Do posto de turismo, mesmo ao lado, é possível comprar produtos de fabrico artesanal local e aceder aos Terraços do Arco, onde se observam os telhados tradicionais de Vila Adentro.
No largo da Sé o renque de laranjeiras dá cor à praça.





Vimos duas grandes filas: um grupo de escuteiros à porta do Paço Episcopal e outro grupo de turistas, mais velhos, em frente à . Avançámos um pouco dentro do Paço Episcopal onde descobrimos um mapa antigo do Algarve.


 Passou o comboio turístico, mas ainda ia vazio.
Quando chegámos à Sé, começámos por subir à torre. No topo, começou a chuviscar. Mesmo assim continuava a chegar gente.
A vista é muito bonita: os telhados de quatro-águas seguidos do azul da Ria Formosa. Os aviões passavam frequentemente e muito perto.


No interior da Sé celebrava-se a missa em espanhol. Reparámos, sobretudo, no órgão, nos pormenores de talha dourada, nos azulejos e no quadro de S. Tomás de Aquino com um sol no peito.


O órgão barroco, do séc. XVIII, é decorado com chinoiserie da autoria do artista tavirense Francisco Correia da Silva.
Deambulando um pouco pelas ruas estreitas, fomos ter à Galeria Municipal Arco onde costumam decorrer exposições temporárias de artistas nacionais contemporâneos. Visitámos a exposição "Trajectos" de Fernando Silva Grade.
Do pátio vê-se uma grande rosa-dos-ventos à beira da Ria.


A caminho do Museu Municipal, num edifício que passa despercebido, encontramos o único restaurante da cidade recomendado pelo Guia Michelin : o restaurante Faz Gostos. O atendimento é rápido, simpático e a comida é boa.
No saguão do Museu Municipal, uma tapeçaria de arraiolos ilustra uma Cantiga de Santa Maria, de Afonso X. Esta cantiga relata um milagre que aconteceu durante o domínio muçulmano: após a recuperação da imagem da Virgem Maria - que tinha sido lançada ao mar pelos muçulmanos - o peixe regressou ao mar de Faro.


Depois alcançámos o elegante e luminoso claustro renascentista que pertencia ao Convento de Nª Srª da Assunção (onde hoje se encontra o museu).


O museu alberga o espólio arqueológico, uma colecção de pintura dos sécs. XVI a XIX e várias exposições temporárias, normalmente de arte contemporânea.
Das exposições preferimos alguns "objectos": o mosaico do oceano, o busto de Agripina, uma casa árabe...


A Vila Adentro tem uma individualidade própria em relação ao "resto" da cidade. Está rodeada por muralhas e quando entramos temos a sensação de que o tempo parou no início do séc. XIX porque conserva a arquitectura desta época.
Aqui não passam carros, não se sente o mesmo bulício da cidade extramuros e podemos passear calmamente pelas ruas.


A muralha funciona como uma membrana que separa Vila Adentro da cidade movimentada. Pelas portas, o visitante infiltra-se e explora esse domínio reservado.
O percurso continuou e, passado o Arco do Repouso,



contornou as muralhas das quais se destacam  as Torres Bizantinas (meados do séc. VI d. C. - e primeira metade do séc. VII).
Voltámos a entrar pela rua do Castelo, ocupado pela antiga Fábrica da Cerveja...



e, por fim, saímos pela  Porta Nova, junto à linha de comboio.


Voltámos à vida quotidiana, avivada pelo vibrante apito do comboio, que passava rente à Ria. Junto aos quiosques que vendem viagens de barco na Ria Formosa, três músicos ofereciam a quem passava melodias suaves de Cabo Verde. Ficámos um pouco à escuta e depois abeirámo-nos da Ria para continuar.


Para compreendermos um pouco deste ecossistema, visitámos o centro Ciência Viva de Faro, onde, num apalpário, tocámos em espécies nativas da Ria, como os pepinos do mar, os ouriços, anémonas, caranguejos eremitas, búzios e peixes-sapo. Noutro aquário, observámos espécies mais sensíveis como os cavalos marinhos e peixes de zonas tropicais.


Próximo, um restaurante aprazível - mas "pouco em conta" - permite saborear uma grande variedade de peixes locais.
Continuámos, passando pelo Palácio Belmarço, uma obra do Arq.º Norte Júnior, em estilo Arte Nova...


...e rodeando o Largo de S. Francisco, deparámo-nos com a Igreja e antigo Convento de S. Francisco. Uma porta aberta sugeriu-nos a hipótese de visitar a Igreja, mas o segurança informou que a porta do templo está fechada. Demo-nos então conta de que estávamos na portaria da Escola de Turismo e Hotelaria do Algarve que ocupa as instalações do antigo convento.


Em direcção à Praça Alexandre Herculano, parámos para beber um chá à sombra de umas árvores floridas.


Depois fizemos um desvio para visitar o Museu Regional do Algarve, na Praça da Liberdade. O museu está dividido em duas áreas temáticas distintas. Uma exibe os principais produtos do artesanato tradicional - como a tecelagem, bordados, cestaria, rendas - e a outra mostra as várias divisões de uma casa serrana, bem como os trajes tradicionais. Estava ainda patente uma exposição temporária sobre os vários tipos de acordeão no Algarve, um instrumento muito popular na música desta região.



Mais à frente, sobranceiro ao largo das Mouras Velhas, surge o Teatro Lethes, ocupando as instalações de um antigo Colégio Jesuíta.



Descendo pela rua homónima, e virando na primeira à direita, surpreendeu-nos a torre sineira da Igreja de S. Pedro, que não fica muito longe da Igreja do Carmo.

Igreja de S. Pedro


Igreja do Carmo


De seguida, uma rua com um renque de casas de alçado medieval, levou-nos até à Igreja de Sto António dos Capuchos, antigos quartel da GNR e Museu Arqueológico Infante D. Henrique.


Pela Rua Filipe Alistão regressámos ao centro, via Praça Ferreira de Almeida, e já no Bairro Ribeirinho lanchámos uns generosos bolos do caco.





vídeo:

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sevilha: El Arenal





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Sevilha, séc. XVII - Museu Marítimo de Sevilla



El Arenal é um bairro histórico de Sevilha, edificado no exterior das muralhas da cidade. No séc. XIII começou a ser ocupado por estaleiros, onde se construíam barcos e se realizavam trocas comerciais. Aqui confluíam as rotas do Mediterrâneo e do Atlântico. Mais tarde, com o descobrimento da América no séc. XVI, El Arenal passou a ser o local de partida e chegada das frotas do Novo Mundo, frequentemente carregadas de tesouros.
Com o passar do tempo este porto perde importância, mas com a construção do Paseo de Colón e da Real Maestranza (Praça de Touros), o bairro ganha uma nova vida.



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Actualmente é um dos barrios mais turísticos de Sevilha, onde se concentram monumentos importantes, museus, bares e restaurantes.





El Arenal: 9 pontos de interesse 


1. La Magdalena

Igreja do séc XVIII,  onde se fundem elementos artísticos barrocos e mudéjares: as pinturas de Zurbarán, a pia baptismal (onde o pintor Murillo foi baptizado), as cúpulas da capela da Quinta Angústia e o tecto da sacristia (estes dois últimos mudéjares).

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2. Torre del Oro

Foi construída em 1221,  durante o domínio almóada,  para servir como torre de vigia integrada nas muralhas de defesa do Real Alcazar.
Desde o início que se chama Torre del Oro, "Borg-al-dsajeb," e existem várias explicações para a origem do seu nome: os reflexos dos raios de sol nos azulejos que a adornavam ou os tesouros que aqui deixavam os galeões que vinham da América.
A torre teve muitas funções, como armazém, capela e prisão. Actualmente alberga o Museu Marítimo, onde é possível conhecer mais detalhadamente a história da Torre e dos Descobrimentos espanhóis. Do terraço tem-se uma boa vista sobre o rio e uma panorâmica da cidade.

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3.Hospital de La Caridad


Hospital fundado no séc. XVII por Miguel de Mañara, que acolhia os mais necessitados e doentes terminais.
 A igreja, com a pedra avermelhada e os azulejos na fachada , é um dos mais  importantes exemplares do barroco sevilhano.
No interior existem dois pátios, com fontes e azulejos holandeses do séc. XVIII e na igreja, pinturas de Murillo e Valdez Leal.

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4. Museo de Bellas Artes

Inaugurado em 1841, situa-se no antigo convento de La Merced Calzada. Tem três belos pátios decorados com árvores, flores e azulejos. A colecção de arte privilegia os artistas da escola de Sevilha. Destaque para La Servilleta, uma virgem com um menino pintada por Murillo num guardanapo, e para a imponente cúpula da igreja do convento, pintada por Domingo Martinez.

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5.Teatro de La Maestranza

Edifício da ópera e Teatro de Sevilha, inaugurado em 1991, situado ao lado da Praça de Touros de Sevilha. No séc. XIX, o mesmo local foi ocupado por uma fábrica de munições. Na fachada virada para o rio é possível observar no portão adornos em ferro forjado que pertenciam à antiga fábrica.


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6. Paseo de Colón

Antiga zona de molhes,  convertida no séc XX num passeio que se estende ao longo do rio Guadalquivir. À medida que caminhamos, encontramos várias espécies de árvores,  tais como pinheiros, jacarandás, tipuanas, plátanos. Além dos espaços ajardinados, existem bares e restaurantes de onde se pode contemplar o entardecer sobre o Bairro de Triana,  do outro lado do rio.

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7. Plaza de Toros de la Maestranza

Construída entre 1761 e 1881, é uma das maiores praças de toros de Espanha, senão a maior. É um dos principais símbolos da cidade, sendo declarada Monumento Histórico-Artístico em 1983. Tem capacidade para 12000 espectadores. A visita guiada permite conhecer a arena, visitar um museu com quadros, cartazes e trajes, bem como a capela e os estábulos.

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8. Carmen

Em frente à Plaza de Toros, do outro lado da estrada, encontramos a escultura de Carmen, personagem principal da conhecida ópera de Bizet. Várias cenas desta ópera têm lugar na Real Maestranza.

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9. Plaza del Cabildo

Esta pequena praça situa-se no local anteriormente ocupado pelo Colégio de S. Miguel,  pertencente ao cabido da Catedral. 
A sua forma invulgar - em semicírculo - é acompanhada por uma série de arcadas.  A cor dos edifícios e arcadas que a rodeiam também é invulgar em Sevilha: são brancos e decorados com bonitos frescos.  No centro está uma fonte e do lado oposto às arcadas, um troço de muralha almóada.
Nesta praça existe uma loja, El Torno, que vende doces conventuais de todos os conventos da cidade.


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Onde comer?



O restaurante Bodegón Torre del Oro, fica na calle Santander e tem um agradável pátio interior com esplanada. Aqui é possível comer paella.


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Já fora da zona d'El Arenal, mas não muito longe, está a calle de Barcelona, onde encontramos vários restaurantes também com esplanada e preços acessíveis.


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no restaurante Boca a Boca