segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sevilha, dia 3 : de La Macarena à Real Fabrica de Tabacos




No terceiro e último dia desta primeira viagem a Sevilha fizemos um percurso que atravessa a cidade no sentido Norte - Sul.
Embora não tenhamos parado no centro, onde se encontram os edifícios mais conhecidos, como o Real Alcázar e a Catedral, visitámos outras zonas e edifícios igualmente emblemáticos e imprescindíveis ao conhecimento da história e cultura sevilhanas.
Aqui ficam uns breves apontamentos e fotografias de cada um:

1.La Macarena.
Zona que abrange a área norte do centro histórico de Sevilha. Outrora pobre, hoje em dia La Macarena é um local com bastante interesse turístico: igrejas, bonitas praças, ateliers de artesãos, arquitectos e estúdios de flamenco.
A Basílica de La Macarena, situada no Bairro de S. Gil, fica no topo da calle de San Luís. Perto está a Puerta de Córdoba, uma das entradas da antiga muralha árabe.


Na basílica encontramos uma das imagens mais adoradas de Espanha: La Macarena de la Esperanza. É uma imagem de madeira, do séc. XVII, cuja autoria é atribuída a vários escultores. As cinco esmeraldas que adornam as suas vestes foram oferecidas por José Gómez Ortega, um toureiro famoso e grande devoto de La Macarena.



Mosteiro de clausura, da Ordem de S. Jerónimo, fundado por Ana De Santillán em 1473. Sofreu várias modificações ao longo do tempo. No interior é possível visitar uma colecção de arte e observar o claustro mudéjar.
São conhecidos os doces feitos pelas monjas, que podem ser comprados na tienda online, ou da forma tradicional, através da roda que fica na entrada. Podemos encontrar compotas de frutos, tartes de nozes, fios de ovos, tocinho do céu, creme de castanha ou de batata.





3.Iglesia de S. Pedro.
Esta igreja do séc. XIV foi edificada sobre uma antiga mesquita, da qual ainda se conservam alguns pedaços em algumas capelas e na torre.
A decoração da igreja combina elementos barrocos com elementos mudéjares. Por exemplo, na Capilla del Sacrario, sob uma cúpula de tijolo decorada com um rendilhado mudéjar, pode ver-se um retablo de azulejo policromo com a imagem de Nuestro Padre Jesús de la Salud.


4.Palacio de San Telmo. 
Para visitar, é necessário marcar previamente. 
O Palácio de San Telmo alberga a  Presidencia de la Junta de Andalucía e é um dos edifícios mais emblemáticos do barroco sevilhano. O portal do séc. XVIII, de estilo churrigueresco, encontra-se minuciosamente trabalhado.



 No balcão, as doze figuras femininas representam as ciências e as artes relacionadas com os estudos nauticos. Acima, entre colunas, San Telmo, padroeiro dos navegantes, é ladeado pelos padroeiros da cidade: San Fernando e San Hermenegildo.


Na fachada lateral que se situa na calle Palos de La Frontera, está a galeria dos doze sevilhanos ilustres, obra de Antonio Susillo, séc. XIX. Entre eles figuram Diego Velázquez e Lope de Rueda.



O seu pátio é um espaço arejado e sossegado, abrigado do calor.
De estilo neo-mudéjar, este hotel foi especialmente construído entre 1916 e 1928 para a Exposição Ibero-Americana de 1929.


6. Real Fábrica de Tabacos de Sevilla
Alberga a sede da Universidade de Sevilha.
É um importante exemplo da arquitectura industrial do séc. XVIII e o segundo maior edifício de Espanha ( o maior é El Escorial). Encontra-se rodeado por um fosso que o separa do exterior.


No interior é possível observar pinturas evocativas das mulheres que ali trabalharam, las cigarreras. Também Carmen, a personagem principal da conhecida opera de Bizet, era uma cigarrera da Real Fábrica de Tabacos de Sevilha.
A fonte que se encontra no pátio principal é da autoria de Caytano de Acosta, escultor português.


domingo, 10 de julho de 2016

Sevilha: Isla de La Cartuja e Isla Magica

O segundo dia em Sevilha amanheceu sem nuvens.
O movimento não era muito, mas também não havia ruas vazias. O dia começou com um bulício tranquilo. 
Dirigimo-nos para a Alameda de Hércules. Descobrimos que o restaurante (Norte Andaluza), onde tínhamos jantado na noite anterior, servia desayunos. Aqui, os preços das refeições são muito acessíveis e existem várias opções saudáveis. Pedimos “tostadas y cafés con leche” e planeámos o dia enquanto comemos.



A Alameda de Hércules é ladeada por edifícios de arquitectura tradicional, albergando a maior parte deles cafés, bares, restaurantes e hotéis.   


Caminhando pela Alameda erguem-se duas colunas encimadas por leões. Mais à frente outras duas com figuras masculinas. Foram aqui colocadas em 1574 e vieram de um templo romano que se situa na calle Mármoles. As esculturas são de Diego de Pesquera. Uma representa Júlio César e a outra representa Hércules e dá o nome à Alameda.

   



Seguimos para a Isla de la Cartuja. Para lá chegar atravessámos novamente o Rio Guadalquivir, desta vez, pela Pasarela de Torneo. Muitos Sevilhanos escolhem o rio para praticar desporto: nas suas águas praticam stand up padle e kayak e ao longo das suas margens caminham, correm ou andam de bicicleta.   



O Centro Andaluz de Arte Contemporáneo encontra-se instalado no antigo Mosteiro de la Cartuja de Santa María de las Cuevas. Em 1835, após a extinção das ordens religiosas, o Mosteiro foi comprado por um empresário britânico que o converteu numa fábrica de cerâmica. Cristóvão Colombo esteve aqui hospedado enquanto preparava a sua primeira viagem à América, o que determinou que a Isla de la Cartuja fosse escolhida para sede oficial da Expo92, cujo tema eram os Descobrimentos espanhóis.



Visitámos primeiro as antigas instalações do Convento. 

Igreja do séc. XV


Arco de Leigos

Capela de Santa Ana

Claustrillo Mudéjar



Depois, começámos a visita à exposição de Arte Contemporânea pela Habitación Vegetal III, de Cristina Iglesias.




Atravessámos o claustrón, com as suas chaminés gigantes em forma de cone que pertenciam à antiga fábrica...






... e fomos ver o resto da exposição, da qual destacamos os trabalhos de Jordi Teixidor, Gerardo Rueda, Alfredo Alcaín e Guillermo Pérez Villalta.

Patio de Pérgolas

Aproximava-se a hora de almoço. Estava demasiado calor para caminhar para o centro da cidade à procura de um restaurante. Em vez disso dirigimo-nos para o bar do museu, envolvidos numa música jazz. Era música ao vivo. As mesas estavam todas ocupadas. Só tínhamos à nossa disposição largos relvados ao sol. Sentámo-nos num dos muros que delimitavam os relvados e almoçámos enquanto ouvíamos boa música.



Se não fosse o sol tão quente teria sido agradável ficar por ali mais algum tempo. Mas a Isla Mágica esperava-nos.






Quando lá chegámos eram 15h. Na bilheteira disseram-nos que a partir das 15h30 os bilhetes eram mais baratos. Esperámos.

A Isla Mágica é um parque temático cujo ambiente, decoração e atracções evocam as viagens de descoberta e a exploração espanhola da América durante o séc. XVI e as relações entre Espanha e o Novo Mundo.
Fizemos um alegre e divertido périplo por quase todas as atracções. Estava pouca gente, por isso a paragem nas filas era breve.



O dia terminou com um passeio de barco pelo lago da Isla Mágica, o Lago de España.



Na água tranquila ondulavam os reflexos das palmeiras. Dentro de bolas gigantes e transparentes, miúdos flutuavam sobre o lago. Passámos pelo Forte de S. Filipe, por vegetação exótica e ao entrar num pequeno túnel, conseguimos logo ver a luz.