Pensa-se que Lagos teve origem celta, devido ao seu nome primitivo: Lacobriga.
Depois de se tornar um importante porto frequentado por fenícios, gregos e cartagineses, a cidade é conquistada pelos romanos. Desta época ainda persistem as ruínas de uma represa e uma ponte sobre a ribeira.
Testemunho da ocupação árabe são as muralhas do séc X.
Em 1249, a cidade é conquistada pelos cristãos, desenvolvendo-se principalmente no séc XV, por se ter tornado porto das naus que exploravam a costa africana e, consequentemente, importante centro de comércio de produtos exóticos, marfim, ouro e prata.
Lagos expande-se, constroem-se novos edifícios e, no séc. XVI, novas muralhas.
Apesar de grande parte da cidade ter sofrido com o terramoto de 1755, o século XIX traz uma nova vida e recuperação económica com o desenvolvimento do comércio e indústria de conservas de peixe.
Fomos de Portimão a Lagos de comboio. A linha atravessa a Ria de Alvor, e depois segue junto ao mar - passando pela Meia Praia - até chegar à estação de Lagos.
Quando chegámos, perguntámos pela Secção Museológica. Disseram-nos que se encontra há muito tempo desactivada e indicaram - nos o edifício que ocupava. Aqui estavam expostos vagões, locomotivas e equipamentos dos barcos que faziam a travessia fluvial do Barreiro para Lisboa.
Passámos pela antiga estação da CP de Lagos, com os seus azulejos em vários tons de verde,
e depois seguimos para a Marina, que fica junto à gare.
Caminhámos ao longo da Ribeira de Bensafrim, passando por diversos bares e restaurantes e avistámos corvos marinhos a secar as asas junto aos barcos.
Pela Ponte Móvel atravessámos a Ribeira de Bensafrim e antes de seguir para a Ponte Romana parámos no Café do Rio.
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Ponte Móvel e Ponte Romana |
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vista da Ponte Romana: sapal da Ribeira de Bensafrim |
Continuámos a caminhada ao longo da Ribeira, agora pela Avenida das Descobertas, em direcção ao centro.
A Rua da Porta de Portugal dá acesso ao centro histórico e leva à Praça Gil Eanes, onde se encontra uma estátua do Rei D. Sebastião, esculpida por João Cutileiro, e o antigo edifício dos Paços do Concelho, do séc XVIII. Aqui existem vários restaurantes, lojas de marcas conhecidas e animação de rua, sobretudo à noite.
Desta praça sai a Rua Garrett que desemboca na Praça Luís de Camões, com um monumento aos Mortos da Grande Guerra. Esta praça é rodeada por edifícios de vários estilos arquitectónicos, como o neoclássico, neomanuelino e arte nova.
Almoçámos no restaurante indiano Shalimar.
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caril de borrego e caril de frango |
Depois atravessámos o centro histórico pela rua Cândido dos Reis até à Igreja de Sto António, que alberga o Museu Municipal de Lagos. Começámos a visita pelo museu, que, para além das habituais exposições de achados arqueológicos no concelho, como menires epigrafados, possui uma interessante secção de etnografia e arte sacra. Também estava patente uma exposição temporária de Maria de Fátima Santos.
O museu dá acesso à Igreja de Sto António, monumento nacional com oito quadros representando os milagres de Sto António da autoria do mestre louletano José Joaquim Rasquinho. As paredes são profusamente decoradas com talha dourada, contendo grande variedade de elementos decorativos, tais como querubins, anjos, e cenas de caça. O tecto é um bom exemplo de Trompe-l'oeil. Fomos ainda surpreendidos por duas vitrines contendo artesanato de Angola.
De seguida corremos em direcção à Igreja de São Sebastião, onde a missa estava prestes a terminar e com ela a oportunidade de visitar a Igreja. É um templo mais amplo do que o anterior, com três naves. Tem também interessante lambril de azulejos, sendo alguns policromos, representado aves e jarros de escamas do séc XVIII.
No altar encontra-se uma imagem da nossa senhora da Glória, proveniente do Brasil.
Na fachada sul, ao lado de um belíssimo portal renascentista, está uma capela dos ossos.
A partir daqui continuámos o percurso pela zona interior da cidade, passando pela Igreja do Carmo, até à Praça de Armas onde se encontra preservada uma casa de água, com azulejos azuis e brancos.
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Igreja do Carmo |
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casa de água |
Ainda houve tempo para uns pezinhos fora da Vila Adentro, para observar os baluartes da Conceição ou da Gafaria e o da porta da Vila.
Regressámos à zona Ribeirinha, atravessando a zona da cidade medieval, até ao arco de S.Gonçalo, com o respectivo oratório, assinalando o local onde, segundo a tradição popular, nasceu o santo padroeiro dos pescadores.
Do lado exterior da muralha, duas torres albarrãs vigiam o horizonte, em defesa da Casa dos Governadores, um castelo de origem árabe, onde viveram os governadores do reino do Algarve, nos séculos XVI e XVII.
Na fachada podemos ainda ver uma janela manuelina, onde a tradição popular atesta que foi o local onde o rei D Sebastião assistiu à missa antes da fatídica batalha de Alcácer Quibir.
Lagos é uma cidade muito bonita, com património bem conservado, que remonta à época dos Descobrimentos, e por isso decidimos que valia a pena passar mais um dia na cidade.
Na Rua Cândido dos Reis descobrimos o Hostel White Butterfly com quartos duplos a 25 euros, onde pernoitámos. Este hostel era um antigo palacete em estilo arte nova, com interessantes lambris de azulejos no interior.
No Domingo, começámos o dia com um pequeno almoço no Café Oceano e partimos em direcção ao Forte da Ponta da Bandeira, sentinela da barra da Ribeira de Bensafrim.
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Painel de Cutileiro na Praça do Infante e Rua da Barroca |
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Forte da Ponta da Bandeira |
Apreciámos os azulejos da capela de Sta Bárbara, do séc. XVII, e a vista de 360º que se obtém da esplanada.
Fronteiro à estátua de S.Gonçalo de Lagos, o leixão onde se ergueu o Forte do Pinhão oferece uma bela perspectiva da costa recortada até à Ponta da Piedade.
De regresso à Praça do Infante, visitámos a Igreja de Sta Maria, do séc XV;
o Armazém Regimental com duas pedras de armas do reino do Algarve, e a chancela do Conde de Avintes;
Desde aqui optámos por fazer um périplo pelos pontos de interesse nos arredores da cidade.
Já no crepúsculo, arrepiamos caminho em direcção à Marina e à fronteira Estação da CP, para uma viagem de comboio de cerca de 20 minutos de volta a casa.
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