No passado Domingo, quando o Sol quente de Outono regressou, fizemos um percurso de bicicleta pelos arredores de Reguengos de Monsaraz.
Esta cidade tornou-se sede de concelho em 1851. A sua história está ligada à agricultura, pastorícia, e, sobretudo, a partir do século XIX, à produção de vinhos. O núcleo habitacional que lhe deu origem desenvolveu-se a partir da actual Praça de Santo António, onde, no século XVII existiu uma ermida.
Nessa altura, este território estava sob a administração da Casa de Bragança. Denominava-se reguengos que queria dizer terras de Rei.
Começámos por visitar esta agradável Praça com árvores e bancos de jardim, rodeada por prédios do séc. XIX..
Daqui seguimos para a Igreja, uma invulgar construção neogótica dedicada a Santo António. Foi construída entre 1887 e 1912, tendo como arquitecto António José Dias da Silva, que se tornou conhecido por ter desenhado a Praça de Touros do Campo Pequeno. Da torre alongada saem arcobotantes, construções próprias do estilo gótico, que servem para amparar uma parede ou abóbada.
Lá dentro destaca-se um retábulo de talha barroca com a imagem de Sta. Bárbara, que foi recuperado da igreja que existiu anteriormente.
Lá dentro destaca-se um retábulo de talha barroca com a imagem de Sta. Bárbara, que foi recuperado da igreja que existiu anteriormente.
Na Praça da Liberdade, o actual centro de Reguengos, encontra-se o busto de Manuel Augusto Papança. Político do século XIX, desempenhou um papel importante no desenvolvimento de Reguengos, incentivando a actividade vitivinícola.
Nesta Praça também encontramos, no edifício da Câmara Municipal, o Museu Mestre Batista. José Mestre Batista foi um importante toureiro, natural da freguesia de São Marcos do Campo. No museu é possível observar o seu espólio, que integra peças como fatos, jaquetas e selas de tourear.
Um local onde se pode aprofundar o conhecimento sobre o vinho desta região é a Herdade do Esporão, uma exploração vinicola privada.
Porém, o que nos levou até lá foi mais a curiosidade sobre o Centro Histórico. Aqui encontramos a Torre do Esporão, a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios e o Arco do Esporão. A torre foi edificada no séc. XV pelo Morgado do Esporão, Álvaro de Vasconcelos. A sua função era sobretudo a afirmação do senhorio e do poder militar. A torre alberga uma exposição de peças provenientes do Complexo Arqueológico dos Perdigões, situado na própria Herdade, bem como uma exposição de rótulos das garrafas criados por vários artistas.
A torre estava fachada, bem como a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, do séc. XVI. Mais tarde soubemos que, para as visitar, é necessário agendar.
Aproximava-se a hora-de-almoço e por isso fomos tentar a nossa sorte na Sala dos Petiscos (sabíamos que o restaurante estava fechado ao Domingo). Disseram-nos que as mesas estavam todas reservadas.
Voltámos então para Reguengos, onde fizemos uma feliz descoberta: o restaurante Plano B.
Voltámos então para Reguengos, onde fizemos uma feliz descoberta: o restaurante Plano B.
Aqui fomos rapidamente atendidos. Indicaram-nos uma mesa perto da janela e serviram-nos as entradas: azeitonas, queijo e um molho feito à base de azeite (com algo mais que não nos quiseram desvendar:-) para molhar o pão.
Depois sugeriram-nos como prato principal algo bem tradicional: carne de porco ibérico grelhado com migas de espargos. Aceitámos e não nos arrependemos.
Depois sugeriram-nos como prato principal algo bem tradicional: carne de porco ibérico grelhado com migas de espargos. Aceitámos e não nos arrependemos.
No momento de escolher a sobremesa também não hesitámos muito: sericaia com ameixa de Elvas.
Depois desta refeição sentiamo-nos um pouco "amolecidos", e o calor também não ajudava. Ainda assim continuámos, decididos a chegar a São Pedro do Corval.
Esta é uma freguesia do concelho de Reguengos, conhecida como o maior centro oleiro do país, onde existem mais de 20 olarias em funcionamento.
Descansámos uns minutos junto à Igreja de São Pedro (séc XIX) e depois caminhámos lentamente pelas ruas com casas tradicionais.
Dirigimo-nos para a Rua da Primavera, onde visitámos duas olarias: a de José Cartaxo e a de Luís Janeiro, repletas de loiças lindíssimas e muito coloridas.
Em algumas peças estão representados motivos típicos do Alentejo, como o pastor, a apanha da azeitona e a vindima. Outras apresentam flores de cores quentes sobre um fundo azul escuro.
Dirigimo-nos para a Rua da Primavera, onde visitámos duas olarias: a de José Cartaxo e a de Luís Janeiro, repletas de loiças lindíssimas e muito coloridas.
Em algumas peças estão representados motivos típicos do Alentejo, como o pastor, a apanha da azeitona e a vindima. Outras apresentam flores de cores quentes sobre um fundo azul escuro.
Nós escolhemos duas tigelas com uma decoração "menos típica" fotos.
Daqui seguimos para a Rocha dos Namorados. Trata-se de um afloramento granítico em forma de cogumelo ou útero, com gravuras megalíticas semelhantes a "covinhas". Tem mais de dois metros de altura e o topo está coberto por muitas pedras soltas. ver placa info.
Estas pedras testemunham uma tradição que se cumpre na Segunda Feira de Páscoa: as raparigas solteiras lançam, de costas, e com a mão esquerda, uma pedra em direcção ao topo da rocha. Cada lançamento falhado representa um ano de espera até ao casamento. Pensa-se que esta tradição está relacionada com um antigo ritual de fertilidade.
Estas pedras testemunham uma tradição que se cumpre na Segunda Feira de Páscoa: as raparigas solteiras lançam, de costas, e com a mão esquerda, uma pedra em direcção ao topo da rocha. Cada lançamento falhado representa um ano de espera até ao casamento. Pensa-se que esta tradição está relacionada com um antigo ritual de fertilidade.
Em anos de seca costuma realizar-se uma procissão que sai da Ermida de Nossa Senhora do Rosário e passa pela Rocha dos Namorados.
Foi esculpida uma cruz com o propósito de criastinizar este antigo rito de fertilidade.
Foi esculpida uma cruz com o propósito de criastinizar este antigo rito de fertilidade.
A Ermida de Nossa Senhora do Rosário foi o último ponto de interesse do nosso percurso. Edificada no início do séc. XVI, também é denominada Ermida de São Pedro. Após o terramoto de 1755, foi reconstruída, adicionando-se a torre sineira. A invulgar Capela Mor manuelina é rodeada por torres cilíndricas com merlões.
Era tempo de voltar para Reguengos, mas como estávamos novamente esfomeados, resolvemos procurar um sítio para petiscar. Andando de bicicleta, acabámos por entrar no Campo de Futebol de São Pedro do Corval, onde encontrámos um pequeno bar.
Debaixo de um alpendre, os jogadores confraternizavam animadamente, apesar de terem perdido nesse dia com a equipa do Redondo. Pedimos duas bifanas, uma garrafa de água e dois cafés.
Comemos calmamente, mas sempre atentos à velocidade do sol. Queríamos regressar a casa antes do anoitecer.
Debaixo de um alpendre, os jogadores confraternizavam animadamente, apesar de terem perdido nesse dia com a equipa do Redondo. Pedimos duas bifanas, uma garrafa de água e dois cafés.
Comemos calmamente, mas sempre atentos à velocidade do sol. Queríamos regressar a casa antes do anoitecer.