A partida deste percurso é na estação da CP de Conceição de Tavira. O comboio é um meio cómodo para transportar as bicicletas, uma vez que a linha do Algarve une os principais centros urbanos do Sotavento Algarvio.
A primeira secção do percurso inicia-se por uma agradável descida através do caminho da canada, que nos leva até Cabanas de Tavira, um centro piscatório, com barcos coloridos no porto e, na zona ribeirinha, muitos bares e restaurantes frequentados por residentes e turistas de várias nacionalidades.
No lado Este da aldeia, podemos fazer um curto passeio pela área envolvente ao núcleo urbano, aproveitando para visitar o Forte de S. João da Barra, circundado por um caminho de terra batida que ladeia campos de agricultura de sequeiro e permite descobrir as ruinas de uma nora tradicional.
Visitada a vila, prosseguimos pela ecovia por um caminho verdejante, que tem a particularidade de preservar, nos taludes, carvalhos cerquinhos centenários, testemunhos da antiga floresta Laurissilva, onde, em tempos, um esquilo poderia viajar, saltando de ramo em ramo, do Minho ao Algarve.
Para almoçar, sugerimos um desvio ao lugar de Fábrica, onde há um bom restaurante de peixe e marisco.
De seguida, é possível caminhar por entre os pequenos barcos de pescadores na praia sobranceira ao restaurante, e de onde se avista Cacela-a-Velha, o próximo destino.
Trata-se de uma pequena povoação cuja ocupação remonta, pelo menos, à época romana, mas cujo assoreamento da Ribeira de Pedra Alva, bem como a formação do cordão de dunas da Ria Formosa ditou o seu afastamento do mar e a progressiva redução da população.
Embora em 1283 o Rei D. Dinis tenha outorgado foral à vila, hoje Cacela não é mais do que uma aldeia integrada na freguesia de Vila Nova de Cacela (situada a Norte), onde é possível encontrar um deslumbrante miradouro sobre o extremo Este do Parque Natural da Ria Formosa, uma igreja de fachada renascentista - normalmente fechada - e um forte do séc. XVIII, ainda ocupado pela GNR.
A parte final do percurso decorre por alcatrão até à Praia da Manta Rota. Na pacata aldeia ainda é possível vislumbrar vestígios do seu passado piscatório.
A pesca na região, para lá da Ria Formosa, tinha como obstáculo, entre os núcleos urbanos e o mar, um cordão de duna com vários quilómetros de comprimento.
Assim nasceu a arte da xávega, que consistia em as redes serem puxadas por um barco a partir da praia e, em seguida, serem recolhidas a braços.
Hoje em dia, perante a escassez de sardinha e atum nos mares do Algarve, esta arte é proibida. No entanto, Manta Rota encontrou um novo rumo, desenvolvendo actividades ligadas ao turismo.
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