sábado, 12 de dezembro de 2015

Pelos pomares e salinas do Sotavento


Mapa do percurso:




Partindo da Igreja de Nª Srª do Carmo, na Fuseta, dirigimo-nos durante algum tempo para Norte, até sairmos do troço urbano da ecovia e entrarmos numa área de salinas. Este é um local onde aves como pilritos, pernilongos, flamingos cinzentos, garajaus e chilretas encontram alimento e refúgio.




Seguimos pela ecovia até ao lugar do Livramento, onde encontramos um curioso exemplar de arquitectura barroca: a Ermida de N.ª Sr.ª do Livramento, templo do séc. XVIII. O altar possui vários tipos de mármore do Algarve, com diversas cores e é enquadrado por colunas salomónicas. Nas paredes laterais, duas pedras tumulares com brasões eclesiásticos.


Continuamos na ecovia do litoral até Luz de Tavira, freguesia que se estende ao longo da EN 125. Algumas casas apresentam platibandas com ricos trabalhos em argamassa, predominando os motivos geométricos e vegetalistas.







A igreja matriz apresenta um portal do renascimento. Este é o único exemplar quinhentista de igreja-salão (ou hallenkirchen) no Algarve.





Passamos seguidamente pela zona onde se localiza a Cidade Romana de Balsa que, por se encontrar em terreno privado, não tem sido devidamente estudada nem preservada. Também não está aberta ao público.
«Com possível origem num povoado indígena como o nome revela, Balsa foi importante cidade romana desde o tempo de Júlio César ou de Augusto (séc. I a.C.). Seguramente habitada até ao séc. VI, Balsa veio a ser abandonada em época ainda não definida. Localizada nas Quintas de Torre de Ares e das Antas (próximas de Pedras D'El Rei), frente à Ria Formosa e ao mar, a cidade de Balsa foi objecto de escavações de sondagem no final do séc. XIX e neste séc., que produziram valioso espólio guardado no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. Balsa é, pois, um tesouro de arte e história aguardando ser revelado.»
in Mapa Turístico do Concelho de Tavira



Mais à frente, um pequeno desvio em direcção a Sul, permite conhecer a  vila de Stª Luzia, uma terra de pescadores, conhecida pelos seus pratos de polvo. O passeio pelo emaranhado de ruas empedradas permite observar aspectos pitorescos.




Almoçámos no restaurante A Gaivota dois pratos típicos do Sotavento Algarvio: a raia alhada e o polvo grelhado. E como sobremesa, um exemplar da doçaria regional: o morgado.


A esplanada fica junto à Ria e ao Porto de Pesca, proporcionando um belo cenário em dias solarengos.


Daqui, pulamos o Rio Gilão e seguimos pela estrada do Forte do Rato, virando à esquerda.





 Avançamos por uma região de paisagens muito diversificadas, como por exemplo, uma sucessão de salinas recortadas, alvas montanhas de sal, que surgem do lado direito e  um jovem palmeiral mediterrânico, do nosso lado esquerdo.







De seguida, somos surpreendidos por uma inesperada linha de água com abundante caudal - a Ribeira de Almargem - que interrompe a sucessão de salinas. Depois o caminho dá acesso a uma extensa área de duna consolidada que só acabará na reserva natural de Castro Marim.





Após uma passagem junto à ETAR de Conceição de Tavira, desembocamos na vila homónima. Aqui o desafio é atravessar uma amálgama de condomínios turísticos para encontrar a Igreja Matriz - de origem gótica - bem como recantos pitorescos de pavimento calcetado e casas térreas, pontilhadas por rosas.










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