Em Fevereiro começámos uma série de percursos pedestres na área envolvente do Lago do Alqueva.
Neste primeiro percurso baseámo-nos na PR1 RMZ, “Escritas de Pedra e Cal” (ver aqui).
Esta rota permitiu-nos conhecer as principais características da paisagem alentejana do distrito de Évora: vastas planícies e horizontes alargados, vilas amuralhadas, cromeleques, menires e olivais milenares.
Gostámos especialmente de conhecer Monsaraz, de descobrir os cromeleques e menires e de jantar no Restaurante Sem Fim.
Monsaraz é uma vila medieval com um castelo cuja a origem remonta à pre-história: um castro que foi posteriormente ocupado por romanos, visigodos e muçulmanos, até ser definitivamente conquistado pelos cristãos em 1232.
Das muralhas do Castelo de Monsaraz temos uma maravilhosa vista sobre o Lago do Alqueva. Lá em baixo, no azul da água, emerge o verde das pequenas ilhas.
Pelo caminho, atravessando as planícies, encontrámos vários cromeleques e menires. Os menires são pedras (monólitos), normalmente com forma fálica, erguidas verticalmente no solo. A um grupo de menires em disposição circular dá-se o nome de cromeleque. Estes monumentos podem ter tido diversas funções, como o culto da fertilidade, demarcação de território, ritos funerários e/ou observação astronómica.
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Menir da Belhoa: quando foi identificado em 1970, encontrava-se fracturado, pelo que, com o objectivo de o reconstruir, foi-lhe adicionada uma base de granodiorito. É classificado monumento nacional. |
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Menir do Outeiro: com 5,6 m de altura, é um dos mais importantes menires da Península Ibérica. Na região é conhecido por penedo comprido. |
No fim do dia, depois de ter terminado o percurso em Outeiro, regressámos à aldeia do Telheiro para jantar no restaurante Sem Fim. Um antigo lagar de azeite transformado em restaurante que recria alguns pratos da gastronomia tradicional. Numa sala grande e arejada as mesas dispõem-se entre as prensas e outros artefactos do antigo lagar. E por uma porta discreta temos acesso a uma galeria de arte contemporânea.
Pedimos uma açorda de cação, rolinhos de frango acoentrados e, como sobremesa, bolo de cenoura com chocolate.
Aqui ficam as fotos dos outros pontos de interesse e da paisagem envolvente:
Outeiro:
Igreja de Nossa Senhora da Orada, vista para a Vila de Monsaraz e Poço do Outeiro
Ribeira da Pêga:
Ribeira que atravessa a freguesia de Monsaraz e o olival milenar da Pêga, desde o Alto do Picão até à Albufeira do Alqueva. A ponte romana construída sobre a Ribeira fazia ligação entre a aldeia do Outeiro e a Vila de Monsaraz.
Convento da Orada:
De estilo barroco, foi fundado em 1670 pelos Agostinhos Descalços, mas só começou a ser construído em 1700. O seu nome está ligado a D. Nuno Álvares Pereira que, segundo a tradição, vinha a este local rezar antes das batalhas com os castelhanos.
Ferragudo:
descida de Monsaraz para Telheiro:
Fonte do Telheiro:
Construída no séc. XVIII em estilo barroco, apresenta uma ornamentação invulgar (cúpula, pináculos e frontões).
Chafariz do Telheiro:
Olival da Pêga:
Olival constituído por árvores de origem romana e com formas singulares.
Aldeia da Barrada:
Igreja de Nossa Sra. Da Conceição, construída em 1960.
fim
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