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Parque Nacional de Doñana |
Huelva é uma província espanhola, situada na comunidade autónoma da Andaluzia. Faz fronteira com Portugal e com as províncias de Badajoz, Sevilha e Cádiz. Destaca-se na história de Espanha por ter sido o lugar onde Colombo preparou a sua primeira viagem de descobrimento da América.
Palos de la Frontera e Moguer – que revisitámos desta vez – são localidades relacionadas com esta empresa. Foi do porto de Palos que, em Agosto de 1492, partiram as caravelas rumo ao Novo Mundo. Ao regressar, em Moguer, Colombo encontrou apoio da abadessa do Mosteiro de Santa Clara para apresentar ao Rei o seu projecto de novas viagens de exploração do continente americano.
É também em Huelva, que se situa o Parque Nacional de Doñana, considerado a maior reserva ecológica da Europa, perto da qual está a invulgar aldeia de El Rocío, um importante centro religioso e de actividades equestres.
Começámos na cidade branca de Moguer, onde visitámos o Monasterio de Sta Clara, integrado no estilo mudéjar andaluz, importante pelos seus bonitos claustros, como por exemplo o claustrillo mudéjar.
O maior atractivo do convento é a silleria do coro baixo, em estilo nazarí (nome da última dinastia muçulmana do Reino de Granada).
São também interessantes os sepulcros colaterais ao altar-mor, um em estilo renascentista e outro em estilo gótico.
Nas ruas de Moguer estava a decorrer um mercado que recriava o ambiente de início do séc. XX, com bancas que vendiam produtos regionais, como doces, queijos, morangos. Os vendedores estavam vestidos à época.
Fizemos uma última paragem em Palos de La Frontera, em busca do Porto Histórico, de onde partiram as naus Pinta, Niña e Sta Maria para o Novo Mundo.
Depois de algumas deambulações, finalmente encontrámo-lo junto à Fontanilla, uma fonte do séc XIII, onde as naus se abasteceram antes de partir.
No interior da vila encontrámos a típica arquitectura branca, com paredes caiadas e varandas de ferro forjado.
Almoçámos no restaurante El Paraíso, onde provámos jamón (presunto) e revueltos (ovos mexidos) camponês e de bacalhau.
Almoçámos no restaurante El Paraíso, onde provámos jamón (presunto) e revueltos (ovos mexidos) camponês e de bacalhau.
Era altura para iniciarmos a viagem para um dos locais mais emblemáticos da província de Huelva, El Rocío. Assim que chegámos, fomos surpreendidos por um centro urbano com ruas em areia onde andar a cavalo é comum.
Dirigimo-nos para o santuário Blanca Paloma, dedicado a Nossa Sra del Rocío, com um altar mor reluzente, de talha dourada, onde decorriam vários baptizados.
O edifício pertence à arquitectura branca, com soluções cubistas. Junto à entrada principal, encontra-se o acesso ao Museu do Tesouro que, surpreendentemente, é bem mais imaterial do que à partida podíamos esperar. Através de um audiovisual, de textos e fotos, o museu conta a história de um pequeno oratório num cruzamento de caminhos que, a partir do séc XVI, se torna alvo de interesse da aristocracia sevilhana em virtude do achamento da imagem de Nossa Senhora em cima de uma árvore.
A partir do séc XIX, o local torna-se destino de peregrinação, feita a pé, de cavalo ou em carroças engalanadas que percorrem caminhos em desuso.
A partir do séc XIX, o local torna-se destino de peregrinação, feita a pé, de cavalo ou em carroças engalanadas que percorrem caminhos em desuso.
Durante vários dias, os peregrinos vivem comunitariamente, comendo e bailando ao som do flamenco e de tradicionais melodias de flauta.
Por fim, e passado 50 dias da Páscoa, uma multidão reúne-se à volta da imagem aparecida e, à hora marcada, parte em disputa de um pedacinho de andor, transportando a imagem pelas ruas da vila num ziguezaguiar de acotovelamentos que parece deixar a Santa indiferente.
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La Hermandade del Rocío de Huelva en la venta "La Pava". Óleo sobre tela do pintor F. Domingo que ilustra a peregrinação a El Rocío. Quadro do Convento de Santa Clara, Moguer. |
O museu da vila e o posto de turismo estão ao abandono, pedimos um mapa da vila num pequeno balcão de informação de um Hostal.
Para passar a noite escolhemos o tradicional hotel Toruño. Apesar de a aclamada arquitectura típica, é no edifício do restaurante que encontramos um pátio interior com arcos, típico da decoração andaluz. Foi aqui que começámos o segundo dia, com um agradável pequeno almoço.
Desta vez dirigimo-nos para o espaço natural de Doñana, onde fomos descobrir os vários palácios construídos pela aristocracia na época em que Doñana era um atractivo couto de caça.
Actualmente estes palácios são ocupados pelos centros de visitantes do parque nacional de Doñana, albergando exposições sobre os recursos naturais do parque e a vida dos habitantes.
Actualmente estes palácios são ocupados pelos centros de visitantes do parque nacional de Doñana, albergando exposições sobre os recursos naturais do parque e a vida dos habitantes.
Começámos pelo centro de habitantes de La Rocina, onde vimos uma choça, habitação tradicional da aldeia de El Rocío. Os telhados eram de colmo, as paredes eram caiadas de branco, com uma área comum, e duas pequenas divisões constituídas pelo quarto e pela cozinha. No seu interior encontrava-se uma exposição com fotos, quadros, textos e ex-votos, sobre a lenda e devoção de Nossa Senhora de El Rocío.
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"El Rocío Grande". Óleo sobre madeira de Diego L. Ramírez Triana |
Daqui fizemos um percurso de 5 kms de carro até ao Palácio de Acebrón, ladeado por um lago com um bonito cais de onde observámos algumas aves limícolas.
No interior encontrámos uma exposição sobre o Homem de Doñana, explicando a simbiose estabelecida entre as comunidades locais e a natureza. Todos os recursos eram aproveitados para a subsistência, através de actividades como pesca, apicultura, criação de gado, marisqueio e caça.
Terminámos na antiga capela do palácio com um filme sobre as personalidades relacionadas com Doñana, como o pintor Goya.
Para terminar, fomos para o centro de visitantes de El Acebuche, para realizar uma visita ao interior da reserva integral do Parque Nacional de Doñana.
Existem duas visitas para a zona Sul, com partidas às oito e às quinze. As visitas duram 4 horas. São realizadas em camiões de todo o terreno que permitem aceder aos vários ecossistemas do Parque, tais como as dunas, marisma e pinhal.
Pelo caminho avistámos javalis, veados, gamos e cervas. O lince ibérico é um dos principais ícones do parque, apesar de não o termos visto.
No final da visita, o camião percorreu cerca de 20 kms pela praia, onde o guia nos foi indicando as várias aves costeiras, como os pilritos e as várias espécies de gaivotas.
Quando regressámos ao centro de visitantes, fomos à cafetaria para descansar e repor energias. Pedimos uns bocadillos de queijo manchego, do qual ficámos fãs.
Voltámos para El Rocio, já durante o crepúsculo, onde fizemos um último passeio ao longo da marisma e pelas ruas de areia, agora mais sossegadas. Alguns percorriam-nas a cavalo, outros reuniam-se à porta de bares onde dançavam ao som de flamenco ao vivo.
Nós contornamos a Blanca Paloma iluminada e fomos jantar ao restaurante El Toruño, mesmo ao lado do Hotel.
Nós contornamos a Blanca Paloma iluminada e fomos jantar ao restaurante El Toruño, mesmo ao lado do Hotel.
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lombo com presunto |
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peixe espada |
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morangos com chantilly |
Rocío à noite:
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