![]() |
nas margens do Rio Ardila |
Saímos de casa já a meio de uma manhã nublada. Lembro-me de pensar que Moura ficava perto de Reguengos. Mas fica já no distrito de Beja a 50 Kms. Atravessámos a planície alentejana, que vai mudando à medida que se avança: o terreno fica mais ondulante e os sobreiros começam a dominar a paisagem. Demorámos mais ou menos 1 hora. Quando lá chegámos fomos logo para o Castelo.
Inesperadamente o portão que dá para a rua principal, o único que conhecíamos, estava fechado.
Quando já estávamos convencidos de que tínhamos de deixar a visita para outro dia, aparece alguém que nos toca no braço e nos informa que há outra entrada. Tínhamos de contornar parte da muralha e virar à direita, perto da fonte dos leões. Assim fizemos.
No Castelo demos a volta à muralha, parando de vez em quando para ver a vista: os telhados do casario de Moura, a planície coberta de oliveiras, o Rio Ardila ao fundo.
Éramos os únicos a visitar o Castelo.Vimos as ruínas que ficam no recinto ....
![]() |
ruínas de construções do período islâmico (séculos XII-XIII) |
e depois subimos de novo para a muralha onde nos encontrámos com o guia que nos abriu a porta da Torre.
![]() |
Torre de Menagem |
Lá dentro, num espaço circular, iluminado na cúpula, havia uma exposição sobre armas.
![]() |
é possível subir ao terraço da Torre |
Ao contrário do que pensávamos não se tratava de uma visita guiada. O guia ficou apenas connosco, enquanto víamos a exposição e tirávamos fotografias.
Já era hora de almoço, mas ainda passámos pela Igreja S.João Baptista e pelo jardim Dr. Santiago, onde nos demorámos um pouco.
![]() |
azulejos das capelas mor e laterais do séc. XVII e azulejos da Capela das Almas, representando a Prudência. |
![]() |
Jardim Dr. Santiago |
Apetecia ficar ali a ver as tartarugas a preguiçar no lago, as flores nos canteiros , a planície a chegar ao horizonte.
Durante o almoço, no restaurante O Trilho, fomos espreitando o filme de animação Turbo que estava a dar na TV. O restaurante estava cheio. Sobre o tilintar dos talheres ouviam-se várias variantes de português e também outras línguas. Comemos muito bem aqui:
![]() |
migas com entrecosto; bacalhau com cebolada; sericaia |
A caminho do campo passámos pelas ruas mais bonitas de Moura, com flores de um lado e do outro e miúdos sentados na soleira da porta.
Conversavam, riam muito ou simplesmente ficavam a olhar. Mais à frente uma mota interrompeu este ambiente bucólico, que reencontrámos quando começámos a caminhada que nos levou até à beira do rio Ardila.
Passámos uma ponte romana. Do outro lado esperava-nos um lindo cavalo cinza, junto a uma oliveira.
Conversavam, riam muito ou simplesmente ficavam a olhar. Mais à frente uma mota interrompeu este ambiente bucólico, que reencontrámos quando começámos a caminhada que nos levou até à beira do rio Ardila.
Passámos uma ponte romana. Do outro lado esperava-nos um lindo cavalo cinza, junto a uma oliveira.
Caminhámos calmamente sob o sol brilhante que resolveu aparecer naquela tarde de Primavera.
Atravessámos olivais imensos e a paisagem não variou muito.
Esporadicamente passavam por nós carrinhas que pareciam ser de trabalhadores do campo. Não passaram por nós outros caminhantes. A certa altura vimos um grupo de homens no meio do olival que pareciam reunir folhas e galhos, atirando-os de seguida para uma pequena fogueira. Dois cães que estavam junto deles começaram a correr na nossa direcção. Receámos, porque é frequente encontrarmos cães grandes (embora quase sempre presos) que ladram muito aos forasteiros para guardar os terrenos. Mas estes eram afáveis. Vinham ofegantes, com a língua de fora e a abanar a cauda. Receberam muitas festas.
Já junto à margem do Rio Ardila encontrámos a atalaia do Porto Mourão, uma antiga torre de vigia.
Sentados na relva, debaixo de uma oliveira, comemos o nosso lanche. Uma suave brisa agitava a vegetação junto à água.
Sentados na relva, debaixo de uma oliveira, comemos o nosso lanche. Uma suave brisa agitava a vegetação junto à água.
Depois de ver a torre seguimos um pequeno carreiro que nos levou até ao rio. Apesar do vento, a água deslizava silenciosa.
Caminhámos um pouco mais à beira do rio para procurar as ruínas do antigo Porto.
Avistámo-las na outra margem.
Regressámos ao percurso pelo carreiro pouco definido com vegetação abundante e alta. Tínhamos de alçar as pernas para avançar.
Chegámos a Moura já ao anoitecer. Apesar de algumas ruas desertas, os restaurantes e bares que espreitámos ao passar pareciam estar cheios.
Atravessámos mais uma vez as ruas floridas, agora muito iluminadas, e fomos para o carro.