Depois de viajarmos durante o Outono e o Inverno na província de Huelva, resolvemos descobrir a província de Sevilha, cuja capital já tínhamos visitado no ano passado.
A previsão do tempo era de chuva, ou tempestades, na zona ocidental da península. Por isso decidimos visitar as cidades de Osuna e Estepa, por se situarem no extremo leste da província de Sevilha, numa zona apelidada de "frigideira", devido às altas temperaturas no Verão. Aqui pudemos encontrar um tempo mais ensolarado.
Osuna é uma vila que, apesar da sua vocação agrícola, rodeada por olivais, foi sede da casa dos duques de Osuna, fundada pelo filho de Alfonso Téllez Girón. A cidade teve o seu esplendor durante o século XVI, com a fundação de uma universidade e da Colegiata de Sta Maria. Estes dois edifícios estão abertos ao público. Fizemos uma visita guiada aos dois.
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edifício da Universidade |
Na Universidade destaca-se o pátio renascentista e o paraninfo, onde está instalado o actual auditório.
Por outro lado, na Colegiata, ficámos espantados com a riqueza do Panteão dos Duques de Osuna, com duas capelas subterrâneas geminadas, decorada com seres míticos e fantásticos, tais como sagitários e dragões. De realçar o simbolismo do retábulo da capela de Nossa Senhora da Conceição.
Também existem cinco pinturas de José de Ribera que aqui se estabeleceu ainda jovem.
No restaurante Tetuan almoçámos um tapeo típico: alcachofras com tomate, salmorejo, carne al jerez, beringelas com mel, solomillo con roquefort e sobremesas (arroz doce e pudim).
Depois de almoço demos uma vista de olhos ao Palácio del Marquês de La Gomera, o melhor exemplo da arquitectura civil barroca em Osuna. Bebemos um café no belo pátio interior e continuámos a viagem pela história da cidade.
Fizemos mais uma visita guiada, desta vez ao Museu Arqueológico, Torre del Água, onde estão patentes raros relevos e outros artefactos das culturas iberas - tordetanos e tartesos.
Depois visitámos o museu Municipal de Osuna, não tão interessante como os anteriores, mas ainda assim importante para conhecer o contexto sociocultural da cidade. A anunciada exposição sobre a série televisiva Guerra dos Tronos, de cujo cenário a cidade fez parte, não passa de uma colecção de merchandising.
No entanto, não poderão passar despercebidos os treze silos (tinajas) que serviam para conservar alimentos e que se encontram na bodega do edifício.
No entanto, não poderão passar despercebidos os treze silos (tinajas) que serviam para conservar alimentos e que se encontram na bodega do edifício.
Ao entardecer, subimos de novo a encosta da Colegiata, para jantar no restaurante "Hospedaria del Monasterio". Comemos salmão grelhado e borrego recheado com pinhões e amêndoas. A sobremesa foi toucinho do céu, uma sobremesa típica da Andaluzia.
Já cansados, fomos para o Hostal Caballo Blanco, com quartos simples e pequenos, mas económicos. Como alternativa mais confortável, sugerimos o Palácio dos Marqueses de La Gomera ( mas é aconselhável reservar previamente).
No dia seguinte demos um passeio pelos arredores da cidade. Seguindo sempre em frente pelo caminho da Buena Vista chegámos ao Coto las Canteras, uma construção invulgar, à primeira vista enigmática, pela sua forma e relevos que o adornam.
É um maciço em arenito do miocénico, parcialmente escavado, contendo várias esculturas e altos relevos evocativos da cultura tordetana.
É um maciço em arenito do miocénico, parcialmente escavado, contendo várias esculturas e altos relevos evocativos da cultura tordetana.
É outro espaço de Osuna que foi cenário da série Guerra dos Tronos, funcionando também como museu e auditório.
A cerca de 1 km para leste, encontramos a necrópole rupestre de las Cuevas: sepulcros colectivos da época visigótica escavados na rocha, atestam a ancestralidade da ocupação humana na região.
Regressando ao centro, visitámos ainda o convento de Nossa Senhora da Encarnação, actualmente ocupado por monjas mercedárias de clausura. Uma irmã acompanhou-nos pelas várias dependências do cenobio. O que mais gostámos foram os azulejos no claustro no séc XVIII, realizados no bairro de Triana, com alusões à vida cortesã, onde se destacam desenhos de elefantes, girafas, leões, linces, veados e javalis, revelando que a vida selvagem na Península Ibérica foi bem mais diversificada do que actualmente.
Estepa é uma cidade pequena, ocupada ao longo da história por tartesos, iberos, romanos e visigodos, tendo sido palco de inúmeras batalhas entre cristãos e muçulmanos. Foram as marcas deixadas ao longo dos tempos por estes povos que criaram a riqueza cultural de Estepa, declarada Conjunto Histórico Artístico em 1965.
De realçar que Estepa e Osuna foram povoados tordetanos e a sua importância deveu-se ao florescimento económico ocorrido depois da sua venda pela coroa a famílias italianas, genovesas e napolitanas, respectivamente, que encomendaram e trouxeram obras de arte de Itália para estas cidades, o que possibilita ao visitante apreciar arte italiana do renascimento de bons mestres.
Assim que chegámos fomos à procura de um sítio para almoçar. Encontrámos o Mesón El Bodegón, onde provámos a especialidade solomillo con reducción de Pedro Ximenez con castañas.
Caminhámos pelo centro, passámos junto à Igreja del Carmen, com mármore branco e preto.
Depois deambulámos pelo casario branco, uma zona que corresponde à expansão do núcleo urbano nos séculos XVI a XIX. Em sítios mais altos conseguia avistar-se a campina.
Na Calle Santa Ana encontrámos a loja La Colchona, uma casa familiar que produz os doces tradicionais mantecados desde 1870. Os biscoitos tradicionais incluem os chamados roscones, os mantecados com amêndoa, polvorones e as empanadilhas, ligeiramente fritas.
Depois deambulámos pelo casario branco, uma zona que corresponde à expansão do núcleo urbano nos séculos XVI a XIX. Em sítios mais altos conseguia avistar-se a campina.
Na Calle Santa Ana encontrámos a loja La Colchona, uma casa familiar que produz os doces tradicionais mantecados desde 1870. Os biscoitos tradicionais incluem os chamados roscones, os mantecados com amêndoa, polvorones e as empanadilhas, ligeiramente fritas.
O principal conjunto monumental da cidade encontra-se no Serro de S. Cristóbal. É preciso ganhar fôlego para lá chegar e, pelo caminho, visitar os outros inúmeros pontos de interesse, como igrejas, torres e museus.
Neste dia quase todos se encontravam fechados e havia muito pouca gente nas ruas. Mesmo assim não desanimámos. Continuámos a nossa caminhada, tirámos algumas fotos, e parámos para descansar perto da Torre da Vitória, antes da subida final.
No cimo do Cerro, o conjunto monumental é constituído pela Igreja Paroquial de Sta Maria Maior, hoje convertida em Museu de Arte Sacra, cujo interesse recai sobre uma engenhosa solução arquitectónica de união entre os restos da mesquita árabe e a nave da Catedral medieval inacabada.
Neste dia quase todos se encontravam fechados e havia muito pouca gente nas ruas. Mesmo assim não desanimámos. Continuámos a nossa caminhada, tirámos algumas fotos, e parámos para descansar perto da Torre da Vitória, antes da subida final.
No cimo do Cerro, o conjunto monumental é constituído pela Igreja Paroquial de Sta Maria Maior, hoje convertida em Museu de Arte Sacra, cujo interesse recai sobre uma engenhosa solução arquitectónica de união entre os restos da mesquita árabe e a nave da Catedral medieval inacabada.
O convento de Sta Clara, onde se podem comprar variados doces confeccionados pelas monjas numa roda situada no pátio e visitar uma igreja setecentista com profusa decoração mural. Aqui comprámos pastelitos de batata e delicias de bizcocho.
Do balcón de Andaluzia obtemos uma vista magnífica sobre a campina e, para leste, sobre as serras que delimitam as províncias de Sevilha e Córdoba.
De volta à cidade renascentista, corremos a Calle Mesones com vários palácios dos séculos XVI e XVII.
Destaca-se o Palácio de los Marqueses de Cerverales, com a Igreja anexa de Nossa Senhora da Assunção. No final da Rua está a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios que já foi de Vera Cruz, com origem templária.
Antes de irmos embora, fizemos uma paragem num bar da Avenida de Andalucía, onde petiscámos e escrevemos o nosso diário de viagem.
Antes de irmos embora, fizemos uma paragem num bar da Avenida de Andalucía, onde petiscámos e escrevemos o nosso diário de viagem.
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