No dia de finados fizemos uma viagem até Rio de Moinhos, no sopé da Serra d'Ossa, para fazer uma caminhada no vale da Ribeira de Lucefecit.
Antes da chegada dos romanos, os povos que aqui viviam prestavam culto ao deus Endovélico. São conhecidos alguns santuários, como o de São Miguel da Mota e o da Rocha da Mina, onde se faziam sacrifícios humanos.
Depois da romanização, o culto perdurou em povoados de indígenas que se refugiaram na Serra d'Ossa, onde o culto viveu um período revivalista, subsistindo até aos dias de hoje.
Começámos o passeio com uma visita à Igreja de Santiago, em Rio de Moinhos, que nos surpreendeu pelos coloridos frescos conservados no tecto da única nave, retratando cenas da vida do orago.
Após um café no restaurante Gémeos, dirigimo-nos para a aldeia de São Gregório, um espaço preservado e, actualmente, alvo de um projecto turístico que visa acolher os viajantes na vida de uma aldeia típica. (saber mais aqui ).
Enquanto deambulávamos pelas ruas, encontrámos um simpático gato, bem rechonchudo, que não gostava de ser apertado.
A partir daqui a caminhada prosseguiu por vinhas de Borba, até alcançarmos a Ribeira de Lucefecit, que atravessámos por uma ponte.
No entanto, no leito da Ribeira não havia nem uma gota de água.
Apenas uma vaca branca passava pachorrentamente. A certa altura virou-se e fitou-nos, como se estivesse a tentar perceber o que estavamos ali a fazer. De repente, desatou a correr pelo leito da Ribeira, desaparecendo na paisagem verdejante.
Nós seguimos caminho montanha acima, por um carreiro ladeado por sobreiro, esteva e urze.
Passámos junto a alguns montes, uns ainda habitados, como o da Herdade de Monte Branco e o da Carneira, e outros já em ruínas, como é o caso do Monte das Hortas. Parámos junto a este último, que tinha uma bonita represa de água e uma fonte rústica, onde almoçámos.
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salada de nozes e queijo de cabra, com molho de frutos vermelhos |
Neste local também exitiam medronheiros que salpicavam a paisagem com pintas amarelas e vermelhas.
Continuámos sempre a subir, até ao Marco Geodésico da Carneira, onde avistámos grande parte da planície alentejana, como a torre do castelo de Estremoz a Noroeste e Rio de Moinhos e Bencatel a nossos pés.
A seguir percorremos toda a cumeada, no sentido sudeste, até que encontrámos um aceiro com uma descida a pique para a Herdade da Defesa de Cima, onde chegámos ao pôr-do-sol.
A seguir percorremos toda a cumeada, no sentido sudeste, até que encontrámos um aceiro com uma descida a pique para a Herdade da Defesa de Cima, onde chegámos ao pôr-do-sol.
Nesta altura o céu pintou-se de rosa.
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