quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Os animais já não estão aqui 🙊🐘🐘🐘🐘🐘




Hoje saímos do hotel e dirigimo-nos para Norte, para conhecer uma zona diferente de Marselha.  Não demorou muito tempo até encontrarmos uma cascata em plena cidade. Era o Palais Longchamp, construído no século XIX, aquando da conclusão de um aqueduto.




O Palácio alberga actualmente o Musée des Beaux Arts e o Musée d'Histoire Naturelle. Da parte da manhã visitámos o primeiro com pintura francesa dos séculos XVIII e XIX e algumas esculturas, entre as quais uma Voz Interior de Rodin.

Paul Guigou, Les Collines d'Allauch 


Descobrimos que os temas recorrentes da pintura marselhesa são estudos sobre a luz do mediterrâneo,  paisagens costeiras e cenas de transumância. 
Almoçámos do outro lado da estrada no Comptoir Longchamp.

carne de vaca guisada com massa; massa com salsicha italiana; café gourmand

Da parte da tarde, entrámos no outro Museu,  repleto de animais embalsamados,  fosséis e conchas. Apesar de um pouco mórbido,  permite ter uma noção exacta do tamanho e da fofusice dos animais expostos. Pudemos tocar na juba de um leão e admirar a cabeça de uma girafa nas alturas.


Na exposição temporária,  descobrimos que existem vários animais selvagens que, actualmente, se alimentam nas cidades, sem darmos por isso. À saída, demos um passeio pelo parque Longchamp, outrora um jardim zoológico,  onde agora só subsistem silhuetas de animais nas suas antigas jaulas. 



Embora um pouco desolador, é reconfortante a ideia de que os animais já não estão presos.  Daqui apanhámos um eléctrico para a zona nova da cidade,  um bairro chamado Joliette. 






Assim que chegámos,  visitámos as docas,  um edifício com 365 metros,  7 andares e  52 portas.  Foi construído no século XIX como entreposto comercial e hoje ocupado por um centro comercial.


Daqui caminhámos ao longo do Novo Porto, até à Catedral de La Mayor. É um edifício enorme, em estilo neo-bizantino e com várias bandeiras sobre a nave.  No interior,  o que mais nos chamou a atenção foi a decoração em mosaico clássico romano, em tessela e o presépio,  um dos muitos em exposição nas igrejas que visitámos na nossa viagem.





No lado oriental da Catedral resta a parte do coro da antiga Catedral gótica, que sobreviveu, devido às manifestações contra a destruição do antigo templo. 

Mais à frente jantámos no Boulevard des Dames, no restaurante Lyne Mamour,  com atendimento simpático.
chorba bourek; tajine poulet au olives; baklava


No final da avenida encontrámos a Porta d'Aix,  um monumental arco triunfal que assinala as vitórias militares francesas.


sábado, 10 de fevereiro de 2018

Dating Massilia 💕💕 🚢

Nos dias seguintes,  visitámos o centro histórico de Marselha, implantado na parte Norte do Vieux Port.  Para lá chegar, percorremos a movimentada Avenida Canebière, a rua mais comercial da cidade.


A meio encontra-se o Centre Bourse,  um centro comercial que, para além das galerias Laffayette,  alberga o grandioso Musée d'Histoire de Marseille, que integra ainda o Jardin des Vestiges. Neste último local, podemos observar o que resta do primeiro porto da cidade, à época romana.


No museu encontram-se objectos achados tanto no porto,  como em estações arqueológicas à volta da cidade. Aprendemos que a cidade foi fundada por gregos oriundos de Phocea na actual Turquia, que aqui se fixaram,  dando origem a uma cidade que manteve a sua autonomia durante a ocupação romana e que apenas em 1481 foi incorporada no reino de França.


Daqui,  caminhámos pelo Quai du Port, até ao Musée des Docks Romains,  que assinala o lugar onde se armazenava o vinho trazido dos barcos acostados no porto. Aqui podemos ver in situ inúmeras talhas gigantones e o espólio de várias explorações subaquáticas em navios naufragados na Costa de Marselha.  Algumas delas, levadas a cabo por Jacques Cousteau, a bordo do Calypso.


Daqui demos um saltinho ao Fort St. Jean,  parcialmente ocupado pelo Mucem. Aqui ainda conseguimos visitar uma exposição sobre Fotonovela. 


Mesmo ao lado está a Igreja de San Laurent,  sem grande decoração,  mas junto ao Belvédère St. Laurent,  onde observámos uma excelente vista nocturna sobre o Porto Velho.





Daqui rodeámos o Vieux Port, até ao Place aux Huiles,  onde encontrámos o busto de Vincent Scotto,  um famoso compositor, que escreveu mais de 4000 canções e 60 operetas,  e o restaurante Bleu, onde jantámos.



No outro dia,  visitámos o Centre de La Vieille Charité,  um antigo hospício do séc XVII, convertido num centro cultural,  que reúne colecções das várias civilizações do mediterrâneo no Musée d'Archèologie de Marselha...





...e da África, Oceânia e Ameríndia num outro Museu de Arte.  São estas as colecções mais invulgares,  com várias máscaras de dança ou troféus,  entre outros objectos estranhos,  usados pelos povos tribais.



No complexo existe ainda um restaurante onde é possível tomar refeições ligeiras. 




Ao centro,  a capela com uma cúpula ovaloide,  desenhada por Pierre Puget,  remata a singularidade do espaço.



quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Salut Marseille, quem és tu?


Nas férias de Natal voámos para Marselha,  capital da Provença.  Esperavamos descobrir algo mais mediterrâneo: as suas cores,  a sua luz,  a temperança do seu clima.  Assim que aterrámos,  já de noite,  deambulámos algo perdidos até encontrarmos o caminho para a Gare de Vitrolles. Um autocarro gratuito fez a ligação a partir do aeroporto e por apenas €5,60 fizemos de comboio a viagem de 22 kms até ao centro da cidade, onde, logo do outro lado da estrada estava o nosso hotel.

No dia seguinte saímos a meio da manhã para o nosso primeiro encontro com Massilia,  o nome latino de Marselha. 


 Fortuitamente demos por nós na Rue Longue-des-Capucins,  lugar de um popular mercado de rua,  com frutas, vegetais e hortícolas, que não tivemos a sorte de visitar por não ser o dia certo. 


Esta estreita e comprida rua,  desemboca na Grande Avenida Canebière, uma artéria comercial,  onde encontrámos uma sabonetaria, onde comprámos uma loção artesanal com essência de lavanda.  Mais à frente visitámos o Centre Bourse,  um centro comercial onde, na Fnac, comprámos um CD da nossa banda francesa favorita: L.E.J.


Era altura de nos apressarmos para visitar o ponto mais alto da cidade e com a melhor vista: a Basílica de Notre Dame de La Garde.  O caminho era longo e penoso e por isso fizemos uma pausa para almoçar num restaurante indiano que encontrámos à mão de semear no Quartier de L' Arsenal.

massala de borrego e vindaloo de frango

Kulfi - gelado indiano de amêndoas, pistacho e cardamomo;
 sala de frutas exóticas - manga e ananás


Seguimos pela Rue Fort N. - Dame, até à Basílica,  onde admirámos a vista da zona envolvente da cidade,  incluindo as ilhas Frioul,  o Castelo de If e as grandes colinas calcárias a Oriente. É o sítio ideal para tomar as medidas à cidade,  que nasceu de um entreposto comercial grego que, com o passar do tempo, se tornou numa cidade independente.


Os seus habitantes, por sua vez, fundaram bases comerciais que deram lugar a outras cidades como Nice e Arles.
Depois deste período de apogeu,  a cidade caiu em séculos de marasmo que só foi quebrado no século XIX, com o advento do comércio colonial francês.
É precisamente neste século que é construída a basílica,  no estilo romano-bizantino. O interior é acolhedor, com dezenas de miniaturas de barcos suspensas e vários ex-votos nas paredes.


De regresso à zona baixa visitámos a basílica de São Vitor construída no século XIV d. C.,  num quarteirão cristão que cresceu do lado oposto da antiga cidade greco-romana.
O edifício teve origem numa abadia fortificada, cujos restos remontam ao ano de 420 d.C.  Dessa época guardam-se na cripta vários sarcófagos esculpidos cujos mais famosos são Des Compagnons de St. Maurice. No entanto,  o sarcófago que nos despertou mais interesse foi o de Julia Quintina.  Para terminar a visita, passeámos pela nave de planta gótica.


Perto do Teatro de La Crièe,  encontrámos o restaurante Elissa,  um local com especialidades orientais. Provámos brochettes d'agneau e tagine kefta.